A crise longe de Lisboa. No umbigo do país a greve não fez comichão
Em Vila de Rei a escola fechou e o centro de saúde ficou sem médico, mas não houve caos nem alarido. A vila que viu o país inclinado levar emprego e gente está habituada à austeridade.
Na véspera, os motoristas que transportam os alunos dispersos pelas aldeias avisaram que os autocarros ficariam estacionados. A maioria nem tentou ir à escola, satisfeita com o dia de férias fora do calendário.
A greve sentiu-se no centro de saúde? Mais ou menos. Como noutros serviços públicos, faltaram profissionais, oito médicos e enfermeiros. Mas é difícil falar em perturbação ou caos. A meio da manhã, só duas pessoas tinham aparecido para saber se havia médicos.
A dois quilómetros, o marco geodésico assinala o centro de Portugal - traçando uma linha recta de norte a sul e de este para oeste, o meio exacto do país está ali. Vila de Rei está, contudo, perdida nas franjas de um rectângulo a contas com a austeridade.